Nossa, parece que foi ontem quando postei a notícia da gravidez. A ideia inicial era ter mais posts sobre a gestação e parto, mas como estávamos com apartamento novo e morando na minha mãe enquanto reformávamos o apê, foi bem complicado parar para escrever alguma coisa.
A reforma demorou uma eternidade, estava quase parindo (36 semanas) e o apartamento não estava pronto, imaginem meu desespero. Isso porque todos os familiares foram mobilizados a ajudar limpar e organizar e mesmo assim ainda falta muito.
Enfim, voltando a gravidez. O Gustavo não estava ganhando peso, o peso dele estava abaixo de acordo com a idade gestacional, acompanhamos com os USGs semanalmente nas ultimas 4 semanas e o ganho era muito pouco. Quando estava no final das 36 semanas, fui na consulta e meu médico ao me ver quase explodindo e o Gustavo com baixo peso, optou em marcar a cesárea. O susto foi que seria para o dia seguinte, ou seja, não tinha me preparado psicologicamente, o apto não estava pronto e eu simplesmente teria meus bebês no outro dia. Meu coração foi a mil.
Saímos do consultório avisando minha mãe, meu irmão, sogros…e ao mesmo tempo passamos na Alô Bebê para comprar algumas coisas que estavam faltando e corremos para o apto para organizar o quartinho deles, claro que não fizemos muita coisa, eu estava cansada, inchada e com o coração na boca ao pensar que em menos de 24h estaria com meus bebês e me recuperando de uma cirurgia/cesárea.
Claro que não dormi a noite, apesar que não estava dormindo a várias noites por causa do tamanho da barriga, acordei de madrugada para tomar café, pois precisaria de 8h de jejum, voltei a cochilar e acordei de manhã com uma dor absurda nas costas. Me preparei e fique esperando a hora para sairmos para a maternidade.
Chegando na maternidade Santa Joana passei pelo setor de internação e fui encaminhada para a sala de pré-parto. A enfermeira e o anestesista fizeram a entrevista, explicaram sobre o procedimento e mediram minha pressão, para o susto de todos, estava 17/10, absurdamente alta, com isso me encaminharam direto para o Centro Obstétrico, onde estariam monitorando minha pressão e fazendo alguns exames, pois entrei para a turma de gestação de alto risco. Lá fiquei algumas horas, juntamente com outras gravidinhas, esperando meu médico e com a dor chata nas costas. Depois de umas 3h ou 4h, aparece meu médico dizendo que estava aguardando uma sala no Centro Cirúrgico e que em alguns minutos estaríamos entrando, dito e feito, alguns minutos depois estava eu a caminho do CC.
Entrando na sala pediram para mudar de maca e aplicaram a anestesia, eu estava morrendo de medo, mas foi bem tranquilo, a anestesista, Dra. Gabriela, foi bem atenciosa e delicada. Enquanto a anestesia fazia efeito, meu médico se certificou que eu estava coberta e liberou aquele vidro onde os familiares podem ver o parto (depois de tirar os bebês, claro!), lá vi minha mãe, meu irmão, sogros e tias do marido, o Dr. Rodrigo gesticula para esperarem mais 20 minutos e fecha novamente.
Meu marido entrou na sala de parto logo depois com a câmera fotográfica pendurada no pescoço, o Dr. Rodrigo até brincou que a máquina era de profissional, sentou ao lado da minha cabeça e esperamos o procedimento iniciar.
Não senti muita coisa, senti o cheiro de queimado da pele sendo cauterizada no momento do corte e senti uma tremedeira absurda, comentei com a anestesista que me falou que era normal, pois a parte do corpo que não estava anestesiado estava tentando se aquecer.
Alguns minutos depois, as 14h35, o Dr. Rodrigo ergueu a Gaby para eu ver e fala para o Leandro tirar fotos, mas acho que ele estava bem nervoso pois não quis chegar muito perto e tirou poucas fotos. Levaram a Gaby para fazer os procedimentos pediátricos e 3 minutos depois o Gustavo é erguido, parecendo um ratinho, mas por estar abaixo do peso levaram ele rapidamente para a sala Neonatal para os primeiros cuidados. Logo depois trouxeram a Gaby de volta, tiramos mais fotos, ela foi exibida para todos que estavam assistindo pelo vidro da sala e depois foi levada para o Berçário, em seguida o Gustavo entra dentro de uma incubadora, colocaram ele no meu campo de visão por alguns momentos e eu começo a chorar e tremer mais ainda, o Leandro tirou algumas fotos rapidamente e a enfermeira me fala que precisaria levá-lo e eu afirmo que sim com a cabeça.
Depois disso foi encerrado o espetáculo através do vidro e enquanto isso continua o procedimento de fechamento, levou mais ou menos uns 15 a 20 minutos, os médicos auxiliares foram saindo e o Dr. Rodrigo ficou para prescrever meus cuidados e depois se despediu, deve ter falado mais coisas que eu não lembro. Logo depois ficou apenas as enfermeiras que colocaram um medicamento para ajudar a contrair o útero e me limparam antes de ir para a sala de Recuperação pós anestésica (RPA).
Na RPA ficaram monitorando minha pressão que não abaixava e o médico me questionou se eu havia tido problema de pressão na gestação, respondi que não e que talvez a pressão fosse por eu ter chegado a maternidade com dor nas costas, junto com a ansiedade, resultou na hipertensão. Ele prescreveu um medicamento para dor e lá me deixaram até minha pressão normalizar e eu conseguir mexer as pernas, deve ter demorado aproximadamente 2h. Antes de me liberarem para o quarto, eles pedem para trazer os bebês, no caso somente a Gaby, pois o Gustavo a essa altura já estava na UTI Neonatal. É uma emoção ver aquele ser tão pequeno entrar, a maternidade adota o método canguru, então a Gaby foi colocada no meu peito e fomos até o quarto dessa maneira.
Chegando no quarto, estava o marido, minha mãe e meus sogros, a Gaby foi colocada no berço e me transferiram para cama e ficamos ali por alguns momentos.
Fiquei 4 dias na maternidade, pois além de acompanhar o Gustavo de perto eu fiquei totalmente inchada, da ponta dos pés a cabeça. A Gaby esteve sempre ao meu lado, só saia para banho e avaliação do pediatra.
A partir do quinto dia, tínhamos que voltar ao hospital para ver o Gustavo, nem sempre eu conseguia por causa da Gaby, mas o marido estava lá firme e forte. Quando eu conseguia ir, aproveitava e amamentava um pouco para ele ir sentindo o contato materno. Após 10 dias na UTI Neonatal ele recebeu alta com 1.840kg, achei absurdo ele sair com esse peso, pois em todos os outros hospitais o mínimo é 2kg, mas não poderia discutir, acho que a demanda do hospital é grande, então precisava liberar o leito.
Em relação a cesária, foi tranquilo. Claro que senti dores e mal andava nos primeiros dias, mas no nono dia já estava bem melhor.
A maternidade Santa Joana não foi ruim, mas também não foi excelente, é um hospital com grande fluxo de pacientes, por isso atrasou meu parto, pois não tinha sala livre no CC, não recebi orientação sobre a amamentação, então no primeiro dia minha mama já estava lacerada e, por fim, liberaram o Gustavo com menos de 2kg, provavelmente eles possuem o protocolo de liberar os pacientes da UTI Neonatal com o peso superior a 1.800kg para liberar rápido o leito.
Agora estamos tentando nos adaptar a nova rotina que não tem sido fácil, mas cremos que Deus irá nos ajudar.
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